A Trombose e a COVID-19

A Trombose e a COVID-19
A Trombose e a COVID-19: Amigos, hoje muita gente chorou a perda do Rodrigo Rodrigues e mesmo quem não segue de perto o esporte, como eu, sente a comoção de uma pessoa tão especial e querida…
Assim, considerando que, o agravamento do quadro deu-se por causa de uma trombose de uma veia cerebral, eu resolvi trazer alguns esclarecimentos sobre o assunto.
A relação entre a TROMBOSE e a COVID-19 está ficando cada vez mais clara para a comunidade de médicos e pesquisadores.
Sendo assim, temos uma doença nova, a COVID-19 e uma doença bastante antiga e já bem conhecida por nós, angiologistas: a TROMBOSE.
Inicialmente, para tentar abordar de uma forma mais didática, vamos dar as linhas gerais da COVID-19 e depois, da TROMBOSE.

Panorama COVID-19

Certamente, não há assunto mais comentado no planeta Terra que este, a COVID-19, infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2, um tipo de coronavírus.
Mesmo que a maioria já saiba, não custa lembrar que o coronavírus é transmitido, principalmente, através de gotículas expelidas pela boca e nariz de alguém que está contaminado.
Então, é comum que a pessoa que apresenta evidência dos sintomas busque ajuda médica e se isole dos demais, evitando o contágio.
Todavia, o grande problema é que aqueles que ainda não estão com sintomas, chamados pré-sintomáticos, esses já têm capacidade de transmitir o vírus.

Os sintomas mais típicos são febre (70-90%), tosse seca (60-86%) e certo cansaço para respirar (53-80%). Fraqueza, dor na cabeça e no corpo, alterações do intestino e do paladar/olfato são menos frequentes.

Os sintomas ocorrem entre 5-12 dias após o contágio, momento em que deve ser feito o teste da infecção aguda (RT-PCR), colhido no nariz e na garganta.
Após, a segunda semana, os testes sorológicos podem acusar anticorpos contra os vírus (IGM na fase aguda e IGG, na fase de recuperação).
Leia mais em https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32648899/
Felizmente, para a grande maioria dos infectados, a COVID-19 será branda e sem sequelas. O problema é quando a virose se agrava…
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Panorama TROMBOSE

Agora que já demos uma relembrada na COVID-19, vamos, também, refrescar as informações mais importantes sobre a TROMBOSE.
Em primeiro lugar, a definição mais simples de todas: “quando o sangue, que corria dentro de um vaso se coagula, vira um trombo; isto é uma TROMBOSE”.
Se o sangue corre dentro de artérias e veias, evidentemente, quando o coágulo se forma na artéria, é trombose arterial; se for na veia, é trombose venosa.
Você deve estar se perguntando: o que faz o meu sangue ficar cansado de circular e, simplesmente, parar e virar um coágulo?
Diversos fatores aumentam o risco de trombose, alguns deles são genéticos, outros ligados às circunstâncias da nossa vida e outros, ligados a outras doenças. Confira abaixo:

Exemplo de fatores genéticos de risco para trombose

  • Estão presentes naqueles ou naquelas em cuja família várias pessoas já apresentaram episódios de trombose (trombofilia).

Exemplos de fatores circunstanciais de risco para trombose

  •  Imobilização prolongada (por exemplo: viagens longas), cirurgias, gravidez e puerpério, anticoncepcionais e terapias de reposição hormonal e obesidade .

Exemplos de doenças associadas que aumentam o risco para trombose

  • Câncer, pessoas que sofreram grandes traumatismos, COVID-19.

Vimos que a COVID-19 está entre as doenças associadas ao risco aumentado de trombose, tanto arterial como venosa. Consequentemente, isso é levado em conta no tratamento.
Importante ressaltar que, a grande maioria das pessoas terá a forma mais leve da COVID-19 e portanto, não terá risco aumentado de TROMBOSE.
Contudo, nos casos que necessitam internação hospitalar e apresentam um quadro grave, 10-25% deles podem ter problemas relacionados à TROMBOSE.
Isso significa que o tratamento específico para a trombose (drogas anticoagulantes) deverá ser implementado na vigência dessa complicação.

A TROMBOSE e a COVID-19 (Quem/Onde/Como?)

Resumindo para não restarem dúvidas, vamos recordar quem são, onde estão e como serão tratados os doentes com a TROMBOSE  e a COVID-19.

Quem são os doentes com a TROMBOSE e a COVID-19?

São uma parte  (10-25%) daqueles que irão apresentar a forma grave da COVID-19

Onde estão os doentes com a TROMBOSE e a COVID-19?

Estão internados nos hospitais, pois apresentam dificuldade respiratória e outras complicações.

Como são tratados os doentes com a TROMBOSE e a COVID-19?

Serão estudados com exames de sangue que demonstrarão alterações na coagulação e exames de imagem que poderão demonstrar os trombos nas pernas, nos pulmões ou em outras regiões como o cérebro.

Além do tratamento para as complicações da COVID-19, eles deverão receber tratamento específico para a TROMBOSE, como as drogas anticoagulantes.
Leia mais em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7213964/pdf/main.pdf

Conclusão

Tomara que você tenha ficado mais tranquila, mais tranquilo, entendendo a relação entre a TROMBOSE e a COVID-19, lembrando que, felizmente, ocorre na minoria.
Se você quiser saber mais sobre o tema TROMBOSE, leia nosso artigo Trombose venosa profunda: conheça os sintomas e o tratamento
Também sugerimos que entre no site da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e leia: https://www.sbacv.org.br/artigos/medicos/trombose-venosa-profunda
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4 respostas

    1. Prezada Angélica, sua pergunta é excelente e faz todo sentido; embora não haja dados consistentes publicados (doença nova), é de se supor que, quem tem trombofilia, se vier a desenvolver a forma grave da COVID-19, terá mais complicações trombóticas. O mais importante é não minimizar os sintomas e buscar assistência médica em caso de dúvidas. Grande abraço! Cláudia Sathler.

  1. Meu marido teve trombose mas veias já 6 anos atrás… Fez tratamento durante 6 meses tomando marevam. Usa meia até hoje… E médico passou pra ele aas pra tomar pra sempre. Eu estou acima do peso. Devo Tomar tbm? E o aas pode ajudar no vaso dele?

    1. Ola, Juscelena! O AAS pode ter varias aplicações como: analgésico e antiagregrante plaquetário. Ao indicá-lo, temos de saber mais dados sobre o paciente. Sugiro fazer essa avaliação também com o cardiologista. Um abraço!????

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